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Pintura em Linha

Elementos da Arte – a linha



elementos da arte - a linha

A linha é um elemento da arte, de especial interesse na pintura e do desenho.

 
Reconhecemos facilmente variadíssimos tipos de linhas: curvas, diagonais, horizontais, verticais, livres, grossas ou finas…


Poderíamos pensar que a linha possui menor importância na pintura ou mesmo que não possui qualquer relevância, em particular nos temas propostos por Bob Ross, face ao facto de ser divulgado como um método de “pintura sem necessidade de desenho”.

Longe disso! 

Continue a ler e descubra como usar a linha para criar efeitos e sensações inesperados nas suas pinturas.



A importância da linha ou traço na pintura


O facto do método Bob Ross desmistificar a necessidade de dominar as técnicas de desenho, tal não significa que despreze este elemento. Na pintura como no desenho, as linhas estão sempre presentes e auxiliam o pintor a expressar não apenas formas mais ainda sensações.

Para melhor entendermos o interesse em conhecer este elemento aparentemente tão simples como é a linha, e aprendermos como o utilizar em nosso proveito, proponho que coloque uma folha em branco à sua frente e pegue num lápis.

Pense por um momento na ideia de “raiva”.

Agora desenhe no papel uma linha com essa ideia em mente. O que desenhou?

Repita este exercício para os seguintes sentimentos:

- calma;
- forte;
- explosivo;
- delicado;
- tonto.


Transmitir sensações através da Linha


A ideia que queremos transmitir com este exercício é que podemos descrever cada tipo de linha pelas suas qualidades descritivas (horizontal, vertical, obliqua, zig-zag, espiral, curva…) e expressivas como exemplificamos em seguida:

Linhas verticais: 

  • criam sensação de força e equilíbrio;


   
Pensem na imponência e segurança proporcionada pelas linhas verticais de um edifício alto ou de uma árvore.

Bob Ross, "Foot of the Mountain", Temporada 8 episódio 8
Bob Ross, "Foot of the Mountain", Temporada 8 episódio 8

Linhas grossas: 

  • transmitem agressividade e força;


 




Linhas finas: 

  • delicadeza e fragilidade;


Egon Schiele, 1911
A delicadeza (espessura) e harmonia (curvatura) das linhas de Egon Schiele, 1911
 
.

Linhas curvas: 

  • mostram harmonia, ritmo e graciosidade;

Stacey Mayer, Arabian Horse
Stacey Mayer, Arabian Horse


Linhas em Zig-zag e diagonais: 
  • energético, explosivo, dramático.



Van Gogh - autoretrato
Van Gogh - autoretrato
Vincent Van Gogh representa um exemplo notável de dominio das linhas. Utilizava a linha não apenas para destacar a direccionalidade e o volume das formas, mais ainda para gerar interesse e drama na pintura – observem o traçado oblíquo no fundo.


Finalmente, proponho antes de acabar este artigo, que repita o exercício anterior usando uma diversos materiais e tintas diferentes: papéis de textura diferente e tela, e ainda canetas, lápis de cera, aguarela, acrílico ou óleo.





A linha é assim um elemento visual muito relevante para o pintor, a sua compreensão transforma um artista num bom artista, 


O pintor pode usar a linha para tarefas simples, como seja, criar volume:



Mas sobretudo e na pintura, o grande valor da linha é permitir despertar sentimentos no observador.



Vincent Van Gogh - Woman Mourning, 1883
Vincent Van Gogh - Woman Mourning, 1883


Neste desenho de Van Gogh, vemos como utilizou traços mais largos nas sombras (peso e opressão), traços horizontais no chão que o distingue das áreas adjacentes (parede), traços direcionais que indicam a orientação dos tecidos e traços cruzados oblíquos que revelam textura e acrescentam drama.

Na pintura que apresentamos de seguida vemos como a direção e a espessura das linhas nos permite realçar movimento (por exemplo da água), realçar volumes, detalhes (exemplo o reflexo da luz numa árvore) e as formas (por exemplo, a inclinação de uma colina):

Bob Ross, "Cabin in the Woods", Temporada 4 episódio 7
Bob Ross, "Cabin in the Woods", Temporada 4 episódio 7


A variedade de linhas utilizada, quer ao nível da sua direccionalidade quer da sua regularidade e linearidade, permite ao artista acrescentar interesse ao trabalho. Notem como no quadro em cima as linhas em zig-zag da água aumentam o interesse e o movimento, as linhas curvas mostram harmonia, as linhas verticais sobre o fundo e dos troncos transmitem força, as linhas oblíquas mas sinuosas dos ramos e dos troncos acrescem drama e graciosidade ao trabalho.



Boas pinturas!

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