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Arte é meditação? Instruções!

Já ouviram em algum lugar alguém dizer que arte é meditação?  

É fantástico e muito gratificante o número de iniciados de diferentes vertentes que procuram as nossas aulas para sentir essa experiência.

A pintura pode realmente tornar-se uma meditação se nos perdermos na mesma, ou seja, quando deixamos de nos preocupar meramente com as técnicas. É isso que defendemos!

Osho (Rajneesh), um místico dos nossos tempos, partilhou ensinamentos, práticas e técnicas verdadeiramente contemporâneas para ajudar o homem moderno a meditar e a descobrir-se.

Neste artigo partilhamos uma prática sugerida por Osho em resposta a um pintor que o questionou sobre o tema.

Leia de seguida e pratique!


A meditação a pintar


Disse Osho que devemos perder-nos por completo na arte, de forma quase louca, sem saber para onde vamos e quem somos.

Este estado de não-conhecimento será meditação e devemos deixar que aconteça enquanto pintamos.

Teremos de estar muito, muito ativos na pintura, mas no entanto, sem o fazer (pintar). É este o segredo: estar ativo mas sem fazer.

O que se segue é uma compilação de técnicas de Osho e no cerne, a técnica de meditação.

Como meditar a pintar - as instruções

O que se segue baseia-se como se referiu nas técnicas de meditação ensinadas por Osho e em particular, na resposta que deu a um pintor questionando o mestre sobre como meditar na pintura (saiba que Osho não escreveu nenhum livro, mas há inúmeras transcrições das suas palestras e respostas a questões que lhe foram endereçadas. 

Quem estiver interessado em conhecer mais, aqui fica o livro onde se registou a resposta ao pintor: "The Orange Book - ", Usha Offset Printers Pvt. Ltd., Bombay, 1980.

Foi enquadrada num conjunto de técnicas de meditação para serem realizadas durante o trabalho, sob a assumpção que podemos e devemos meditar em todas as circunstâncias da nossa vida por mais estranhas que pareçam. 

Meditar não é apenas uma coisa séria, feita em posições impossíveis e rígidas e por pessoas sérias e barbudas. E não é para ser realizada em momentos especiais, no silêncio absoluto cheio de aromas de incenso. Antes, deve ser uma forma de estar, sempre presente como o é respirar.

Bob Ross, "Ocean Sunrise", Temporada 5, episódio 6


Fase 1 - preparação dos materiais


Prepare os materiais, os pincéis, diluentes, etc., e disponha as tintas na palete (escolha um conjunto ecléctico, por exemplo a palete para a pintura de paisagens), prepare a tela em branco, preta, cinza, use a base que lhe apetecer. Coloque a tela no cavalete. 

Use se quiser musica relaxante, uma qualquer que aprecie, para acompanhar todo o processo. A musica é muito importante para a meditação.

Encontre o seu espaço. Um espaço adequado para pintar, calmo e fresco. 

Fase 2 - estar consciente


Sente-se agora à frente da tela, da forma mais confortável que conseguir.

Durante alguns minutos, medite, ou se nunca o fez, mantenha-se em silêncio, de olhos fechados, escutando a respiração que passa pelo seu nariz ou prestando atenção ao nosso estômago, o que lhe parecer mais simples. Se nunca meditou, não se preocupe, basta estar, ou apenas relaxar.

Como relaxar

Começou a meditar mas de repente... sente desconforto, sente-se irritado? 

Bob Ross, "Lake by Mountain", Temporada 7, episódio 9
Uma forma de relaxar o corpo: começando dos pés e terminando na cabeça reflicta sobre cada parte do corpo e, sempre que encontrar uma tensão, faça o seguinte: contraia os músculos da zona tensa o mais que puder, força, força... até não poder mais e de repente... descontraia! 

Descontraia completamente essa mesma área. 

Percorra todo o corpo até à cabeça e até sentir que não há mais áreas contraídas. Se só fez isto, foi bom! 

Não esquecer a musica relaxante.

Agora está pronto para retomar o silêncio, para meditar conforme proposto em cima.

Fase 3 - pinte!

Após alguns minutos, 5, 10... o que lhe apetecer, agarre no pincel de forma automática e aguarde em silêncio... aguarde sentir um impulso na mão. E quando surgir, sinta que surgiu esse impulso mas que o mesmo não surgiu da sua vontade. Sinta apenas que estava a aguardar e que surgiu o impulso para a sua mão começar a mexer.
Bob Ross, "Blue River", Temporada 6, episódio 1


Seja o que for que suceda de seguida, deixe acontecer. Devagar no inicio, para evitar colocar demasiado de si, demasiada vontade e demasiada ação na pintura. Deixe que a energia do impulso flua pelo seu braço e sua mão e então, deixe-se perder nesse movimento. 

E não pense em mais nada, evite pensar de todo. 

Quando quiser, páre. Dura tanto tempo quanto quiser. E quando parar respire fundo. Observe. Partilhe connosco as fotografias dos resultados. 


Pintar sem motivo

Osho explica ainda que em primeiro lugar deve pintar pela arte. Deve evitar pintar por qualquer outro motivo, incluindo a meditação. 

Bob Ross, "Twin Falls", Temporada 10, episódio 3
Da mesma forma que não deve pintar para vender o quadro. Embora possa esse ser o fim, e isso não tem mal. Mau seria pintar apenas com o intuito de vender. Se o fizer nunca passará de um técnico. 

Osho termina dizendo: deve perder-se, deve desaparecer por completo dentro da sua pintura, dança ou respiração. Seja o que for que se encontra a fazer, deverá perder-se completamente num estado de não-controlo.


Boas pinturas!

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2 comentários:

MendesD disse...

Muito interessante a publicação. A atividade de criar e se entreter com qualquer tipo arte visual distancia o ser humano da mediocridade. Mais do que uma atividade de meditação, a arte é algo que ajuda o ser humano a despertar.

rui monteiro disse...

Bom Blog.

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Rui Monteiro
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