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Pintar ao ar livre ou pintar em estúdio

Na nossa escola os alunos pintam no Atelier, replicando temas a óleo ou pintando a partir de fotografias.


Agora a escola anuncia uma novidade fantástica! 

A Escola Pintacomigo organiza workshops em plena natureza!

Vamos neste artigo abordar quais as vantagens de cada método.



Pintura em estúdio a partir de fotografias

Sabiam que Edgar Degas pintava a partir de fotografias?

Edgar Degas foi um aficionado pioneiro da fotografia e mais ou menos na mesma altura começou a pintar, sendo que a influência da primeira sobre a segunda é evidente pela forma como enquadrava as pessoas retratadas: “cortadas” ao nível do meio das pernas ou em redor da figura (mais ou menos como enquadramos ou cortamos as fotografias). Inicialmente “encomendava” as fotografias, mas posteriormente esta tornou-se uma paixão sua e era a base da sua pintura.

Tudo isto para dizer que a utilização de fotografias não é algo de novo nem de “impróprio” para o pintor é antes, uma opção.


Pintura em estúdio a partir de quadros

Pintar com base em pinturas de outros pintores é uma prática comum no ensino de pintura, e em particular, em workshops.

escola Pintacomigo  e aliás, qualquer instrutor certificado pela organização Bob Ross (ou outra), usa este método por facilitar a transmissão de técnicas especificas, tal como o professor de matemática usa certos exercícios para o treino de conceitos matemáticos particulares.

Assim, o propósito não é ensinar a copiar pinturas mas antes, a replicar as técnicas e a reconhecer aspectos como seja o impacto do uso das cores misturadas em proporções diversas. 

É ainda aconselhado e incentivado no ensino da pintura profissional que os alunos se detenham a contemplar, analisar e reproduzir as técnicas usadas pelos grandes Mestres!


Pintura "plein-air"

Pintar no exterior tem como grande vantagem a possibilidade de capturar as cores da natureza tal como são observadas à luz natural. É especialmente adequado para a pintura de paisagens.

Pintar a partir da observação direta (no interior ou exterior) permite ao artista observar, reconhecer e transferir para o seu trabalho uma amplitude mais larga de cores, sombras e traços do que a que seria possível através da observação de uma fotografia.

A "pintura plein-air" (termo francês que significa "ao ar livre") significa trabalhar ao ar livre a partir da natureza. A tradição começou com os românticos no final do Século XVIII, início do século XIX: um dos pioneiros foi John Constable (1776-1837).

Paisagem de John Constable


Na Russia, Ilya Repin (1844-1930) e outros membros da Academia de Arte de São Petersburgo, formou em 1863 um grupo de pintores chamados “The Wanderers” o qual visitava cenas rurais com o objectivo de aumentar a consciencialização das condições do exterior, em particular fora da cidade.


O ponto alto deste tipo de pintura ocorreu com o “Impressionismo”: Claude Monet (1840-1926), tornou-se famoso pela sua ampla gama de trabalhos ao ar livre, nomeadamente a sua série de nenúfares. Renoir (1841-1919) é outro exemplo mas ainda Alfred Sisley (1839-1899), e Camille Pissarro (1830-1903).

Exemplo da série nenúfares de Claude Monet


Os Pós-impressionistas Paul Cézanne (1839-1906) e Vicent Van Gogh (1853-1890) continuaram esta tradição.

Paisagem de Paul Cézanne


À laia de curiosidade, a pintura ao ar livre foi muito incentivada e facilitada pela invenção da tinta a óleo em tubos de metal, evitando-se a secagem dos pigmentos, assim se facilitou a sua utilização e armazenagem.

Normalmente, pintando um retrato ao ar livre requer composição e pinceladas rápidas, nenhum dos quais é possível a menos que o artista está familiarizado com os fundamentos do desenho e composição. Assim, não é surpresa saber que muitos, se não a maioria, pintores ao ar livre treinaram intensivamente o desenho e a perspetiva linear.

Infelizmente este tipo de formação básica perdeu o seu destaque nas escolas oficiais de arte, incentivando-se mais que tudo que os novos pintores sejam "criativos" e "expressivos" através da experimentação dos diversos meios de pintura, sem recurso a uma aprendizagem mais metódica. Embora este enfoque sobre a liberdade de expressão seja revelante no sentido que promove a variedade e o desenvolvimento de novas formas de arte, não permite transmitir os valores e habilidades necessárias para a pintura ao ar livre.

Face a isso, vemos hoje artistas mais tradicionais revelando a sua insatisfação com os métodos modernos de ensino de arte.

Por outro lado, a pintura com base numa fotografia possibilita a estabilidade do cenário e das suas condições. Por exemplo, a pintura de uma paisagem de um por do sol ao ar livre requer por parte do artista maior rapidez na captura das cores, capacidade de rapidamente desenhar ou compor a imagem e pinceladas determinadas, já que naturalmente o “momento certo” não dura muito tempo. Adicionalmente as condições de luz necessárias para pintar a tela desaparecem rapidamente. Outro exemplo é a pintura de retratos, já que garantir que o retratado (pior quando se trata de uma criança ou um animal) se mantenha na mesma posição durante longos períodos de tempo é muito difícil.

Bob Ross pintava a partir da sua imaginação. Claro que esta possibilidade requer uma capacidade imagética elevada e um conhecimento profundo do tipo de paisagem em causa e das regras de composição (muito similares às da captura da fotografia).

Paisagem - Bob Ross


Por outro lado, as técnicas de pintura a óleo de Bob Ross permitem (mesmo ao principiante) pintar rapidamente e ainda, facilitam a composição por não requerem conhecimentos ou o domínio das técnicas de desenho.


Não surpreende por isso que a escola Pintacomigo ofereça workshops ao ar livre, destinados aos apreciadores da natureza e da pintura! Um lanche, um passeio e uma tarde de sol é tudo o que é preciso. 



Boas pinturas!

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