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Bob Ross, Mountain Chalenge, Temporada 4, Episódio 3 |
Em
artigo anterior abordámos a perspetiva linear e como desenhar formas com
base em pontos de fuga.
No
entanto agora propomos que esqueça tudo isso, e pinte simplesmente sem definir
qualquer ponto de fuga!
Perspetiva
com zero pontos de fuga? É algo de novo? Trata-se de algum tipo de perspetiva
particular, ou… da falta da mesma?
A perspectiva sem pontos de Fuga
A perspetiva linear, com
um ou dois pontos de fuga e as regras que propusemos em artigo anterior são
muito importantes em particular quando introduzimos objetos como edifícios.
No entanto, a perspetiva sem
pontos de fuga é na verdade o tipo de desenho mais frequentemente utilizado na
pintura de paisagens.
Trata-se de um conjunto
de técnicas que podemos aplicar a uma cena natural, por exemplo, a uma cordilheira
ou uma série de montanhas, vales ou colinas. Observe a cena seguinte. Encontra
algum ponto de fuga?
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Bob Ross, Rolling Hills, Temporada 13, Episódio 1 |
Ou seja, trata-se de uma
cena não linear na qual não se verificam quaisquer linhas (aparentemente) de
fuga. Assim, não existem linhas a convergir em nenhum ponto do horizonte, sendo
esta a razão pela qual se designa “perspetiva sem pontos”. Se se recordarem do
artigo anterior, na perspetiva linear existe um (ou mais) pontos imaginários
para o(s) qual(is) todas as linhas aparentemente paralelas convergem.
Mas…
Sem pontos de fuga como conseguimos obter profundidade numa pintura?
A perspetiva linear é de
facto muito valiosa para a recriar a profundidade, contudo, sem a compreensão e
a manipulação da cor e da dimensão dos objetos a ilusão espacial não será
verdadeiramente convincente mesmo quando aplicámos os princípios matemáticos da
perspetiva linear com rigor.
Esta a melhor lição sobre
perspetiva que podemos receber: pois desperta-nos para a necessidade de
procurarmos como conjugar as técnicas de pintura (e não tanto do desenho
rigoroso), mais como um artista e menos como um cientista.
E essa visão foi-nos transmitida
repetida e insistentemente por Bob Ross, com a vantagem de ter transformado a recriação
da complexidade das formas, em técnicas simples de entender e incorporar, mesmo
pelo pintor sem experiencia e, em particular, pelo artista que não possui bases
de desenho.
Em suma: a arte antes da
ciência. Boas Pinturas!
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